Capa Revista 1T 2014 Desafio
05 dezembro 2013 por Denise Araujo
Endometriose
05 dezembro 2013 por Denise Araujo
“Quem cuida de mulheres portadoras de endometriose se depara com pessoas cansadas, entristecidas, deprimidas e muitas vezes frágeis pela dor que enfrentam. Apresentam quadros dolorosos crônicos, que muitas vezes não mais respondem a analgésicos comuns, o que as obriga a procurar ajuda sistematicamente para terem suas dores atenuadas. São levadas por familiares que não sabem mais o que fazer quando as veem com tanta dor. Essas mulheres, que já consultaram médicos das mais diversas especialidades e até mesmo muitos ginecologistas, sem terem obtido o diagnóstico de sua enfermidade, sentem-se angustiadas e ansiosas para se verem livres das dores rotineiras. A remota possibilidade de pensarem que irão senti-las novamente as deixa absolutamente desesperadas. Há também as que se sentem sozinhas em sua longa peregrinação pelos consultórios, até porque seus familiares, quase sem esperança de vê-las curadas, muitas vezes se excluem das consultas. Muitas são consideradas pessoas que inventam sintomas e até de loucas algumas são chamadas, sendo submetidas a tratamento psiquiátrico para resolver a dor que “aparentemente” não tem causa física” (Dr. Reginaldo Guedes Coelho Lopes).
Assim vivem as portadoras de endometriose. É uma doença que acomete as mulheres em idade reprodutiva e que consiste na presença de endométrio em locais fora do útero. O endométrio é a camada interna do útero que é renovada mensalmente pela menstruação. Pode acometer mulheres a partir da primeira até a última menstruação.
Locais de envolvimento
Os locais comuns da endometriose são: fundo de saco de Douglas (atrás do útero), septo reto-vaginal (tecido entre a vagina e o reto), trompas, ovários, superfície do reto, ligamentos do útero, bexiga e parede da pélvis.
Sinais e sintomas
Os principais sintomas da endometriose são dor e infertilidade. As dores podem ocorrer antes ou durante o período menstrual. Ela surge de repente, trazendo transtorno físico, psíquico e social para a paciente. Aproximadamente 20% das mulheres têm apenas dor, 60% têm dor e infertilidade e 20% apenas infertilidade. A dor da endometriose pode ser cólica menstrual intensa, dor abdominal na relação sexual, dor com irradiação para a raiz da coxa ou para o ânus, dor para evacuar (às vezes, com diarreia) ou para urinar no período menstrual. Nos casos mais avançados, a dor pode ocorrer também fora do período menstrual.
Diagnóstico
O exame físico pode dar a entender a presença da doença devido a dor abdominal durante uma palpação, e ainda o médico pode notar uma presença de massa perto dos ovários ou por de trás do útero, através do toque ginecológico e retal. Exames complementares como a ultrassonografia transvaginal, ressonância magnética e ecocolonoscopia são excelentes métodos para o diagnóstico. A confirmação da doença é feita por laparoscopia, “que consiste na introdução de uma microcâmera através de um pequeno corte no umbigo e na manipulação da cavidade abdominal por meio de instrumentos cirúrgicos delicados que são introduzidos através de pequenos orifícios no abdome. Por ser considerada uma cirurgia (com anestesia geral), a laparoscopia assume cada vez mais um papel no tratamento (ressecção das lesões) e não no diagnóstico da endometriose.”
Tratamento
“A endometriose não é um câncer e não leva à morte. Porém, não se pode garantir a cura definitiva da doença mesmo com o tratamento adequado. São várias as formas de tratamento: cirurgia, tratamento hormonal, medicações específicas e ações em termos de qualidade de vida, como exercícios, alimentação saudável, tratamento psicológico.
Após a realização de uma laparoscopia bem-sucedida, com a retirada de todas as lesões da cavidade abdominal, há riscos de reincidência da doença.
A retirada do útero só acontece depois de esgotadas todas as possibilidades e nenhum tratamento surtir efeito. Mas isso é raro.
Fique atenta. Com a presença dos sintomas, em especial a dor, procure um médico ginecologista com urgência, pois quanto mais cedo se detecta a doença, mais rápido um tratamento adequado poderá ser iniciado.
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