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ANSIEDADE

Diante de uma prova na escola, você costuma se sentir nervoso, o coração bate mais forte e, às vezes, dá até um “branco” e você não lembra o que estudou? Isso pode ser ansiedade. E ela não é necessariamente ruim.

A ansiedade é uma emoção normal do ser humano, ou seja, todos nós sentimos ansiedade. Se você já assistiu aquela animação “Divertida Mente” (Pixar, 2015), deve se lembrar das emoções que existem na cabeça da Riley desde que ela nasceu. Pois bem, aquelas são as nossas emoções primárias e a ansiedade está ligada a uma delas: o medo.

Você pode, então, perguntar: “Mas medo de quê?” Geralmente nossa ansiedade está ligada ao medo de que as coisas não saiam exatamente como nós gostaríamos: que a prova não seja boa, que os pais não liberem para sair com os amigos, ou que aquele garoto ou garota não esteja interessado. Alguns medos podem ser reais (como de um cachorro solto na rua). Outros, são frutos dos nossos pensamentos e alimentados pela ansiedade. Geralmente a ansiedade também está ligada às nossas crenças distorcidas acerca do olhar e do julgamento do outro e à nossa autoimagem.

É importante entender que a ansiedade em si não é ruim. Na verdade, ela auxilia na nossa sobrevivência e autopreservação e nos ajuda a lidar com as situações à nossa volta. Quando sentimos ansiedade, o nosso corpo nos prepara física e mentalmente para tomarmos decisões ou resolver situações que para nós são importantes. Por isso, é comum sentir ansiedade quando enfrentamos algum problema no trabalho, antes de uma prova ou de uma atividade em público.

Quando a ansiedade vira problema

Quando a ansiedade tem uma intensidade alta e uma duração estendida – antes, durante e depois da situação a ser enfrentada –, ela se torna um problema. Também quando ela causa prejuízos, pessoais e sociais, levando você a experimentar reações fisiológicas intensas (coração acelerado, dormência, insônia, mudança no apetite, falta de ar, tonturas etc.) ou fuga da situação, o que poderia se enquadrar num quadro de Transtorno de Ansiedade.

Geralmente quem sofre de Transtornos de Ansiedade tende a encarar a situação a partir de uma ótica mais intensa que as demais pessoas, sendo muitas vezes tomado por um medo ou preocupação excessivos diante de situações rotineiras. A grande questão é que estes sintomas, tanto físicos quanto emocionais, são tão fortes, que a pessoa não consegue controlá-los e acaba sendo dominada por eles. É justamente aí que está o problema, pois a ansiedade pode nos impedir de viver com qualidade, paralisando-nos e atrapalhando a realização de nossas tarefas, compromissos e relacionamentos.

A ansiedade atinge cada vez mais pessoas, principalmente no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou em 2017 um relatório revelando que os transtornos de ansiedade atingem um total de 264 milhões de indivíduos. Desses, 18 milhões são brasileiros. Os dados mostram, inclusive, que a população brasileira é a mais atingida, totalizando cerca de 9,3% da população com o diagnóstico.

Um dos grandes agravantes é que as pessoas costumam demorar a procurar ajuda por achar que ansiedade é besteira. Contudo, quando não tratada, ela pode tornar um problema ainda maior. Os Transtornos de Ansiedade podem, por exemplo, estar ligados à transtornos alimentares, à depressão, fobias específicas e fobia social (medo de estar no meio das pessoas), Transtorno do Pânico, Estresse Pós-Traumático, automutilação e o próprio quadro de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). É sempre importante lembrar que apenas um profissional pode dar um diagnóstico.

Você não está sozinho

Se as informações acima aumentaram sua ansiedade, deixe-me explicar que o objetivo de as colocar aqui é dizer o seguinte: você não está sozinho! Muitos à sua volta também sofrem com quadros de ansiedade. O próprio texto bíblico apresenta homens e mulheres, considerados exemplos de fé, que também lidaram com a ansiedade. Isso nos mostra que ter algum transtorno de ansiedade não tem nada a ver com ser fraco ou ter falta de fé, mas com algo que qualquer um pode desenvolver.

O próprio Cristo, no Getsêmani, na noite anterior à crucificação, teve um momento de oração em que sua angústia foi tão intensa, com um estresse tão alto, que “o seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue” (Lc 22.44), um fenômeno chamado hematidrose (quando fatores emocionais provocam o rompimento de veias capilares e o sangue se mistura ao suor). Por isso, se você tem, de alguma forma, enfrentado situações em que ansiedade parece tomar conta, não tente lidar sozinho. Busque ajuda, procure amigos, familiares, líderes, pastor e profissionais da saúde que possam lhe ajudar.

O tratamento da ansiedade é feito com o psiquiatra e o acompanhamento psicológico. O sofrimento e o prejuízo que a ansiedade pode trazer é grande, contudo, as possibilidades de tratamento e melhora também são reais. No salmo 94.19 o salmista declara: “Quando a ansiedade já me dominava no íntimo, o teu consolo trouxe alívio à minha alma.” Não deixe a ansiedade controlar você. Busque ajuda para que você possa viver com mais qualidade e melhor.

Farley Monteiro Filho

Pastor e Psicólogo Clínico (CRP 15/5342) - Maceió – AL Texto publicado na Revista Você Adolescente

 





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